quinta-feira, 30 de julho de 2009

Alimentação da criança com fissura

Durante os primeiros meses de vida, o trato gastrointestinal, os rins, o fígado e o sistema imunológico de uma criança se encontram desenvolvidos de forma incompleta, em diversos aspectos de ordens estrutural e ou funcional. Assim ao planejar e orientar a alimentação de lactentes, em particular quando se tratar de crianças não amamentadas é necessário considerar as limitações de seu organismo para digerir, absorver e metabolizar totalmente alguns componentes da dieta.
Crianças nascidas com fissura podem apresentar uma enorme variedade de dificuldades com a alimentação.
A alimentação do fissurado palatino é muitas vezes difícil, principalmente para aquelas famílias que não foram orientadas. Em alguns bebês prematuros com problemas de asfixia, o neonatologista é obrigado a introduzir a alimentação por intermédio de sondas, o que gera desvantagens como: retardo da transição para a alimentação por via oral; dificuldade de respirar impossibilitando o fechamento da boca em virtude da permanência da sonda; maiores números de regurgitações; comprometimento da sensibilidade da cavidade bucal o que retarda o desenvolvimento da habilidade de sucção. Portanto, o uso de sondas na alimentação de crianças fissuradas deve ser restrito àqueles casos em que não se obtém sucesso na introdução de alimentos por via oral. Com uma equipe de profissionais de saúde como nutricionistas, fonoaudiólogos, enfermeiras e neonatologistas, a alimentação correta do recém nascido inicia-se já no berçário proporcionando atendimento das necessidades protéicas, calóricas, hídricas, vitamínicas, eletrolíticas e de elementos–traço que o recém nascido requer para manutenção da vida.
É preciso esclarecer que existem vários tipos de fissura, no caso das fissuras só de lábio chamadas de pré-forame a amamentação é tranqüila e só depende da disposição e dedicação da mãe. Entretanto, as fissuras de palato (pós-forame) ou de lábio e palato (transforame) dificultam bastante o aleitamento no peito, pois o bebê tem dificuldade de sugar o leite, pode sentir fadiga e, consequentemente, ingerir leite em quantidade insuficiente
Tanto a criança com fissura labial como a com fissura palatina apresentará dificuldades durante a amamentação, a primeira terá dificuldade em contatar seu lábio superior ao seio materno, na maior parte das vezes por postura inadequada, enquanto no segundo caso haverá menor pressão negativa intra oral, devido a junção da cavidade oral e nasal, além disso, essa comunicação favorece o refluxo do leite pela cavidade nasal.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1997 , WATSON, 2005, ALTMANN, 2004).

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